terça-feira, 25 de setembro de 2007

Fanatismo


Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não es sequer razão do meu viver,
Pois que tu es já toda a minha vida!
Não vejo nada assim enlouquecida...



Passo no mundo , meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!



"Tudo no mundo é frágil, tudo passa...
"Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!



E, olhos postos em ti, digo de rastros:
"Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu es como Deus: Princípio e Fim!..."





Florbela Espanca

1 comentários:

Anônimo disse...

É um bonito poema!Tens bom gosto. Mas olha, para aqueles dias em que te sentires revoltada ou injustiçada, aqui fica a minha sugestão: Cântico Negro, de José Régio. Acho que vais gostar e, se não o tiveres, é só mo pedires que eu passo-te tá?!
RT